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Eu não posso ser senão o que eu sou, não posso tornar-me senão o que eu sou, não posso querer senão o que eu sou, e o que sou é a situação em que me encontro e sobre a qual não posso nada.
Eu escolho; eu quero; significam, na realidade, eu devo, o que quer dizer: a impossibilidade de ser, de agir, de querer, de escolher, é na realidade a impossibilidade de agir, de escolher e de querer de modo diferente de como é, isto é, das condições de fato implícitas na situação que nos constitui.
O homem é fruto de uma liberdade infinita, sem limites, isto é, incondicionada e absoluta. O homem é, de fato, o ser que projeta ser Deus
(J-P. Sartre. Être et néant, p. 653)
Mas este é um Deus falido, um Deus chamado fracasso.
Estamos, em realidade, impossibilitados de escolher!
Temos a liberdade de escolher. Não temos escolha! Estamos fadados a escolher a impossibilidade como única escolha
Somos potentes na nossa impotência!
quanto ócio há no ofício ou no vício?
não mais fumar dá nisso,
o tempo em desperdício!
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