5.5.15

Rosas

Ela disse-me que seria assim. Eu ri.
Ela falou-me das lágrimas. E eu ri.
E contou-me ela das distâncias incomensuráveis, das ausências irremediáveis. E eu, tolo, ainda ri-me.
E das saudades desmedidas dela eu, semente, ramo novo, folha sem flor, também ri.
E agora desabrochadas estas rosas do meu pranto, ela riso desabrido no leito eterno, suas pétalas perfumam os meus olhos. E eu rio com o roseiral que amanheceu em perfumes raros. Um rio de rosas cheirando às lágrimas a soar suspiros de saudades.