11.7.09

Olvidar!

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Disse-me que estar aqui seria sem igual. Então eu vim! E disse-me que haveria de aqui presenciar a manifestação do incognoscível, na dança sutil de sopros, fluxos, nos movimentos e nos implacáveis limites de tempo e espaço. Contou-me com entusiasmo sobre o casamento alquímico, a dizer-me que o infinito em algum parte liga-se ao finito.
E houve luz para os meus olhos, que são sempre os olhos de um outro, para vir aqui. E o manancial secreto da luz fez-se nas janelas do nascer, a jorrar águas que lavam os meus dias. Transbordou a percepção e nos faz rir da parca compreensão nossa, de ser a sua imagem metáfora vazia, mas indelével.
Uma vida em imagens que se conta a si, ainda mais sutil que a forma ou a cor. Brota no campo ou território do imaginário, até mesmo enquanto é imagem, quimera, criada na imagem do zero, o céu, as nuvens, o espaço, o interstício: imagens do nosso vazio.
A beleza não está exclusivamente nas coisas, não está nas cores, nem nas formas delas, nem nas imagens. Os olhos entregam a visão da beleza em cada detalhe e instante seus mesmo: aos olhos, se assim lhes (a)paracem!
E houve o manacial da visão a jorrar em todas as direções estas alegrias que são o sol e as sombras, todas!
Almofariz e forja a trabalhar, ruidosos e inquietos os olhos materlaram até que a imagem, sob o fogo dos nossos anseios, no passeio desses sobre a pele das coisas, reinventou a ventura da luz, emprestou a elas a vida que há em nós, em laços, nos vínculos que criamos com as coisas que nos tocam. Isso se elas nos tocam!





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