O vermelho vivo, mas não é do sangue do sol da manhã.
Não é o vermelho sangue da juventude.
Nem pense no vermelho fervido.
Nem o vermelho das nódoas coaguladas nas feridas da nossa pele.
É outro o vermelho transcendente da batina do alto bispado.
Não, não é o carmim, nem o vermelho quase violeta.
É o vermelho vivo e tinto pela luz azul dos dias de céu límpido.
Isto, vermelho de bordas esbranquiçadas, dando margem à reflexão sem fim dos azuis nos claros dias.
Que seja vermelho distante do corpo e, sob luz azul, o vermelho (quase bordô) virará marrom da sua terra e, mais e mais próximo ao corpo, torna-se de novo este vermelho quente que é da carne a pulsação da vida.
Pense no vermelho vivo!
O vermelho quente do final da tarde, manchado pelo vinho tinto da boa estirpe das horas vividas.
São estas as rosas vermelhas que eu vi incendiar em Ushuaia e as trago pra você sentir, se são elas que gostaria de vestir para a nossa última dança.
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