5.2.12
Busca
30.1.12
Denominação
Velai
Ciclope
Vestiu-se de coerência e saiu por aí, sentindo-se protegido, posto que sabia aquela arma ser suficiente para enfrentar o mundo.
18.1.12
Livro das Tréguas
Não esqueço as desistências, as anulações e desesperanças.
As tréguas e desilusões diferem, sendo cansaços desde o começo do mundo.
16.1.12
Voo
Um erra, equivoca-se e a opinião coletiva pesadamente o julga e o condena à exclusão do jogo.
Assistimos os sentimentos e as experiências erráticas nossas, jamais vividas ou por nós admitidas, assumidas e julgadas na pele de um outro que é severamente punido.
Sancionamos as faltas do outro e assim nos libertamos dos sentimentos/pensamentos que em nós não admitimos sequer permaneça uma breve sombra.
Seu herói sobrevive, sentado na sala, assistindo na tv como seria a vida amarga, triste e demasiadamente humana, caso ele ousasse viver.
Descrevi aspectos aversivos de pessoas repulsivas. Desenhei o retrato preciso da desconhecida sombra que eu projeto no mundo.
17.9.11
Festival Mondial de Théâtre de Marionnette - Charleville-Mézière França.
Na fotografia projetada em dimensões estupendas, o sorriso sem dentes do menino de cabelo de milho, o nariz vermelho de uma marionete bêbada, a gargalhada ingênua vincando em gretas a face de três senhores que fazem lembrar dos sulcos da terra arada, ou os olhos atrás da máscara de mistério e o canto e música que não param, no grande coral de citadinos e de uma máquina de mecânica grandiosa, instalada num quiosque iluminado. O festival fez-se porta de saída para o espírito da Grande Guerra. A alegria sutil da arte constrange a tristeza a ir embora.
As imagens são projetadas sobre as paredes do edifício central, propriamente no palácio ducal, torre do relógio. Seleção de fotos e filmes. . . Coleção dos cartazes de todas as edições, coloridíssimos desde sempre, contraposição cuidadosa que tinge de luzes a monocromia da vida nesta pequena cidade.
Espectadores em sorrisos de adultos e de um sem número de crianças. Artistas e espectadores com os olhos de espanto e admiração. Alegria serena com os trapezistas, equilibristas e escaladores suspensos entre os edifícios da grande Praça Ducal.
Imagino que ali havia por volta de 20mil pessoas, ou mais, sem qualquer empurrão ou pisar os de alguém. Não parece necessário o exagero do histrionismo, nem o ensurdecedor estribilho da bateria, nem a queima de fogos de artifício. Instalou-se aqui silenciosa a magia espetacular e alquímica do teatro de marionetes.
10.9.11
UNIMA - Union International de la Marionnette
23.5.11
Fim da tarde
não se mostrava ou o fazia apenas em horas discretas.
Hoje ele saiu.
Convidou-me para saber parcelas do infinito dele.
22.5.11
RUBENS ateliê de gravura
C A I X A C U L T U R A L
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Este álbum online possui 9 fotos e estará disponível no SkyDrive até 21/08/2011. | ||||||
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Fluxidade ViVa
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Este álbum online possui 21 fotos e estará disponível no SkyDrive até 21/08/2011. | ||||||
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Teatro de Bonecos em São Luís do Maranhão - MA
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Este álbum online possui 4 fotos e estará disponível no SkyDrive até 21/08/2011.
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28.12.10
Dioniso

27.12.10
Estranhamento
Formalismo e Recepção: Procedimentos para estranhar a imagem poética
Proposição formulada por Victor Chkolovsky foi retomada por Brecht para a formulação dos procedimentos de trabalho do ator. A perspectiva dialética por ele indicada com o estranhamento ou efeito V (Verfremdungseffekt)
Mauro R. Rodrigues
Professor Doutor Adjunto - Universidade Estadual de Londrina - Pr
(Publicado no V Congresso Brasileiro de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas)
Resumo
Breves apontamentos a respeito da teoria estética formalista proposta por Victor Chklovsky permitem revisar algumas das concepções críticas da teoria da arte que abordaram o receptor, do ponto de vista do papel desempenhado por ele no processo artístico. Preocupação esta que percorre variadas vertentes críticas, no século XX. Revisitadas permitirão formular anotações sobre questões pertinentes à interação de sentidos entre obra e recepção. A pretensão é atualizar alguns elementos neste vasto território conceitual, demarcando princípios tais como objeto estético, desfamiliarização, procedimento e materialidade que circundam a questão da imagem poética.
Palavras-chave: Teoria Estética; Recepção; Formalismo Russo.
And the Raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the palid bust of Pallas just above my chamber door;
(Allan Poe)
Inúmeras vertentes da teoria da arte, no século XX, incumbiram-se da tarefa de demarcar papéis específicos ou gerais desempenhados pelo público, no amplo território das práticas artísticas e recepção. A voz de Chklovsky ecoa entre os formalistas russos, desde 1917, ressoando de modo determinante nos estudos da literatura. Repensa a multiplicidade das operações poéticas, complexas relações do receptor, no consumo e na consumação da obra de arte.
No artigo A
Ressalta ser a
A materialidade organiza-se, na obra de arte, como linguagem. Isto é, sob um modo específico de organização ou arranjo das matérias que permitirá a um receptor deste objeto formado encadeá-lo a uma série de contextos sociais, biográficos, psicológicos, ideológicos ou outros. A experiência estética dá-se, assim, a partir do reconhecimento e da organização da matéria empregada no objeto, associando-os a sistemas de sentidos. É o arranjo específico, sob certos procedimentos de construção, o que permite efetivar qual a experiência estética que tal objeto predispõe. O objeto ganhará sentido estético, trabalho sim da inteligência do artista, tão só exposto ao processo dinâmico, complexo, e de sua finalidade última, que é o da atribuição de valores a ele pelos seus receptores. Isto destacada o conhecimento artístico do conhecimento filosófico e científico.
Para
Os formalistas criticam a idéia de a arte ou a estética serem tomadas como reconhecimento apenas da pregnância simbólica da imagem. Partem da premissa de que o destaque dado à percepção da imagem, e não à organização da materialidade que a compõe, sedimentou-se na consciência dos estudiosos e
Para Chklovsky[2], as
O
Conhecer os modos empregados para a feitura da obra permite registrar a inteligência das articulações e os elementos que propriamente serviram à experiência do artista e, para o receptor, abrirá um jogo que lhe permitirá atribuir novos sentidos àquela reunião de elementos. E aqui se delineia uma definição das tarefas do receptor: conhecer o material da feitura, de como e de quais meios foram empregados para concretizar certa
O reconhecimento formal proposto pelos críticos russos e eslavos que se debruçaram sobre a questão da especificidade da obra e experiência com finalidade estética, no ínício do Século XX, contrapõe-se à idéia de ser a recepção mera identificação. Segundo Chklovsky, experiência estética engloba um
O reconhecimento formal proposto por Chklovsky salta sobre as operações retóricas, revelando-as ineficientes ou limitadas, uma vez elas aproximarem duas
O procedimento da composição, para Chklovsky,
O
A
O
A operação poética, nestes ecos que nos chegam da modernidade estética, pela voz de Chklovsky e dos conceitos que fundam o pensamento crítico contemporâneo, parecem reclamar uma modificação relevante no status da autoria da obra de arte. O papel de co-elaborador, co-participante e de a experiência estética ir mais além da atividade individual, reclama o conhecimento operativo, a inteligência e a sensibilidade do artista, tanto quanto requer e mobiliza o papel que desempenha aí o receptor.
A estética moderna move-se em direções as mais variadas. Rumo a novos programas de ação. Rumo à provocação. Rumo à produção de conhecimentos especificamente artísticos e estéticos. Mobiliza um novo pensamento e um novo lugar para as artes e faz o mesmo para os espectadores. A obra faz-se a partir de um jogo de parcerias e de encontros que consumam a obra com um novo modo de existir.
A renovação da crítica de arte, no século XX, legou-nos este inquietante conceito que é o de a arte ser uma provocação, empregando meios para nos desfamiliarizar com materilidade do mundo. Não apenas se afirma a arte e a experiência estética, mas a possibilidade de conhecermos e de criamos novos conceitos de arte, como se contextualiza a obra e o trabalho do artista, não sem deixar de estranhar as experiências que dizem respeito ao receptor e à participação dele na dinâmica da experiência estética. A nova crítica aponta os sistemas aos quais a materialidade está submetida ao processo artístico, suscita sassim as atividades do espectador. E, então, possibilita repensarmos o que é em nós mesmos e no mundo que nos causa estranheza e nos faz tornar um objeto em objeto estético.