21.7.12

Aleias de Zínias




Um corte entre as costelas,
a terceira e a quarta.
Um talho no peito.
Um rio, sem ser o Tejo.


Dias escorrem, vãos
dentes e dedos sob sol sempre brando.
Tênues curvas das horas
e as sementes aquecidas sob a terra.


Paris entre os desatinos das águas 
teima entre desertos e parques, heras, sombras, réstias.


Areia sobre a lente dos relógios não faz parar as horas.
O perfume acre das histórias,
fotografias.
Sussurros do templo: é o presente antes de ontem.


Mister o corpo,
expia a pele,
reconta suspiros,
medos em renovados segredos.


Jorra sangue das páginas.
Jovens amantes vacilam.
Apagar as luzes dos olhos em bacias de desejos.


Na pele um fio vermelho escavado,
anela o dedo dos noivos.
Cicatriz muda, vazia.

A morte não deixa filhos, não tem sentidos, finalidades, mistérios.




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