21.7.12

Opera

Comemora a volta do sol, dos frutos o luzidio vermelho e amarelo, florescências da intensidade em verdes e azuis profundos.

Presencia o mistério da destilação da sombra, a luz nas copas, dos galhos à ramada.

Abre asas, volutas dos quatro ventos.

Incentiva o incêndio da alma adormecida das cigarras.

Redesenha a memória dos enigmas nas tardes aquecidas. 

Desperta estridentes, nos desesperados clamores do sol, a agonia do dia, afogado na paleta que tinta sangue o horizonte.

Evapora o renascer nas manhãs;

Adormece a flama do almofariz infinitivo.

Celebra o ouro que em si germina, na cor do orvalho, na pressão da luz universal, na solvência da evaporação do sal.

Combina o princípio do verbo fixo.

Arrebata na combustão e corrosão dos metais o volátil, o inerte.


No campo da mortal batalha dos dragões solares e lunares, o novo e impermanente espírito.
Aos olhos da manhã, sob a luz amarela, o menino cintila com as mãos sobre a mesa: numa a moeda, na outra a faca e o cálice ao centro, ao alcance da boca.


O Ser/estar, se nunca nasceu, neste dia sem fim, nem começo renasceu.

Nenhum comentário: