24.3.13
Domingueira
Hoje não. Só amanhã. Hoje vou sentar à sombra, acompanhar com olhos vagos, feito abelhas, ver crescer a flor da laranjeira, do pêssego e saber segredos do vento. Hoje eu vou ficar com os pés descalçados, sozinhos, digo, minto, ficaremos eu e meus pés nus com as miudezas que fazem todo sentido, umbigo, olhos, as unhas dos polegares presos ao avental, 13 ovos, farinha, fermento e sal, forno de palavras e inventos para o outono que veio às janelas, colorir o dia de eu mesmo. Isto, fico hoje comigo e o mundo das proximidades que me fazem ir além, sair por ai sem cotpo, sem voz, palavra ou necessidade ou finalidade. Quem sabe eu vá ao encontro de manteigas, palhaços, risadas, entrarei no escuro da sala do cinema para não dizer olás, nem adeus. Os domingos deveriam vir mais, vir a cada dia,, todos os dias domingos em mim.
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