15.10.09

Imago Teatro em Outubro, no Teatro Zaqueu de Melo

Imago Teatro de Marionetes, única companhia a atuar com marionetes nesta cidade, apresenta espetáculo para pessoas da faixa etária a partir de 1 (ano) de idade.

Crianças se divertem e adultos se emocionam.


Em Londrina, neste final de semana!

Primeira companhia estável de teatro de marionetes de Londrina.

Em cartaz desde dezembro de 2007.

Mais de 70 apresentações.

Assistido por 10mil espectadores.

www.imagoteatro.com.br

contato
fone: (43) 3344 6125
cel. : (43) 9105 0051

A Temporada Imago 2009 apoia campanha do Hospital do Câncer

As apresentações estão programadas para esta semana, na temporada 2009 do Circuito Imago,
com a peça Vis Motrix: ensaio sobre a alma das marionetes, no Teatro Zaqueu de Melo.
Neste ciclo, a temporada acontece sábado (dia 17, às 20h30) e domingo (dia 18, às 19h30).
A temporada deste ano do Circuito Imago apóia a campanha do Hospital do Câncer, batizada
de "Amigo do ICL". Durante toda a temporada no Zaqueu, o boneco Nando, do Hospital
do Câncer, estará à venda ao público e uma parte da renda da bilheteria será destinada à
instituição.

Segundo o Hospital do Câncer, quase 19,5 mil pacientes de Londrina e de outros 218
municípios foram atendidos, em 2008, pelo Hospital do Câncer de Londrina. Entre
radioterapia e quimioterapia, foram 101.414 aplicações no ano passado. As internações
somaram 6.602. Do total de atendimentos, quase a maioria (94,79%) foram feitos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Os outros 5,21% foram decorrentes de convênios. Segundo a
assessoria de imprensa, atualmente são 340 crianças em tratamento no Hospital do Câncer.

 

"Esta parceria entre Imago e o Hospital do Câncer de Londrina nasceu do desejo de animar a Campanha,
de doar a vida que temos criado com os nossos bonecos", explica Mauro Rodrigues, diretor
do Imago Teatro e criador das marionetes do espetáculo. Professor do curso de Artes
Cênicas da Universidade Estadual de Londrina, ensina ainda que esta iniciativa tem o
sentido de devolver um pouco do que esta Temporada tem recebido da população londrinense. "Em um ano e meio de
trabalho, foram 10mil espectadores em nossa plateia".

 

As marionetes de Vis Motrix também já estiveram em apresentação no Hospital do Câncer, e se apresentaram em eventos com representatividade singular a respeito da produção teatral brasileira, tais como o FIT-Festival Internacional de Teatro de Rio Preto (julho 2009), o Fenatib- Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau (setembro, 2009), o Festebon - Festival de Bonecos de Maringá (agosto, 2009), o Seminário Nacional de Teatro de Animação - Jaraguá do Sul (setembro, 2009) e o FILO - Festival Internacional de Londrina (maio, 2008), al´pem de circular pelas unidades do SESC de Santos, São Carlos, Ribeirão Preto e Campinas.

O público que assistir ao espetáculo, por sua vez, tem a chance efetiva de colaborar com o tratamento das crianças atendidas pelo HCL. Ao adquirir o boneco Nando, por R$ 25,00, o londrinense colabora com o trabalho da instituição.


* PAINEL CRÍTICO FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO
São José do Rio Preto ? 27/07/2009

"Vis Motrix" - Delicado, para todas as idades

Maria Beatriz de Medeiros
Leitora Crítica

Na entrada, solene, um senhor de voz grave e acolhedora, recebe gentilmente espectadores. A
trilha sonora, dos 15 minutos de espera tradicionais de todo teatro, também demonstra
cuidado. Isto deve ser natural, penso, para pessoas que trabalham com bonecos, pequenos
seres animados, frágeis, mas que se revelarão ágeis. Certamente me inspiro, para este
pensamento, no tanto carinho que oferece um pai ao seu filho de colo. A platéia está
repleta de crianças. Mas, realmente, um espetáculo de bonecos, não necessariamente é para
crianças. E este também não é só para crianças. Trata-se de técnica, de técnica apurada a
partir da tradição de marionetes japonesas e de poesia.
O mesmo senhor (Mauro Rodrigues) apresenta um boneco, seu "colega", que depois chama de
filho. O boneco é grande e manipulado por três pessoas. Explica: "Vis Motrix", vontade de
movimento, ou enthusiasmós, conforme também consta no completo site da Cia Imago
(www.imagoteatro.com.br). O espetáculo tem por subtítulo "um ensaio sobre a alma das
marionetes".(...)
        A manipulação é eficaz e cria de fato envolvimento com o boneco. Ele dança, salta,
instala cadeirinhas, finge ser desajeitado, instala-se, e uma mesa, ganhando o nosso imaginário.

A habilidade na movimentação do boneco faz crer que a mesa, pequena para o tamanho do boneco, é muito
pesada. Ele se equilibra nas cadeiras que dispôs sobre a mesinha. A gravidade desaparece,
estamos no mundo dos sonhos.(...)
        Entra naturalmente a bola de futebol. Mas estamos em um mundo mágico e facilmente ela se
torna bola de vôlei, futevôlei, desobedece. Ahahah! É divertido um mundo sem gravidade e
onde os objetos podem ter vida própria: uma cadeira desobediente, uma bola que não quer
mais jogar.(...)
        Muito interessante e instigante é a linha, ou a corda, que entra em cena para que o
boneco nela se equilibra, se desequilibra, se joga ao ar, numa cama elástica. Elemento
visual puro, a maronete se solta e os desenhos descobertos são inusitados. Simples, grande,
diferente.
        Após o fim do espetáculo, o Grupo apresenta um sketch. Agora, as luzes são
mais abertas, vê-se um pouco os manipuladores/atores. Mas isto não é incomodo. Ao
contrário, os olhos ficam mais à vontade e a concentração na excelente movimentação do
boneco, que quer ter alma, não nos deixa prestar atenção nos excelentes manipuladores.
Bonecos manipulados por três atores não é nada fácil (...). Indago-me se existe apoio
para a pesquisa em estudo de movimentos via sensores e computadores. Informo-me e a
resposta é "não". Tudo é feito sem tecnologia digital. O melhor da artesania. E isto exige trabalho e a Imago Cia
de Teatro o possui integral.

Mauro R Rodrigues z


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7.9.09

Domingueira





*
domingo amanhece aos miados
jeito de quem patas macias
elegância e precariedade
alegra infâncias auroras
a semana sem prenúncio
ensaio definitivo das horas
amarfanha lençóis
lento sem trinados gorjeios
de luz feito promessa
cor de orvalho impressionista

depois da chuva noturna
fosse apenas manhãs brandas

dormiria desperto
as alegrias sem ciência


*

20.8.09

Teatro de Animação: a arte de confeccionar e manipular bonecos

*


ARTES


Para manipular bonecos é preciso ser bom ator, ter disciplina, formação contínua e conhecimento da dramaturgia

Teatro de Animação: a arte de confeccionar e manipular bonecos
13/08/2009

Misture paciência e dedicação. Molde os talentos artísticos manuais e teatrais e treine muito. Essa é a receita básica para trabalhar com o Teatro de Animação ou Teatro de Bonecos.
(...)

A vida dos bonecos

Há 35 anos construindo bonecos, o professor, diretor e dramaturgo Mauro Rodrigues criou em Londrina, há dois anos, Imago de Teatro de Animação. Único trabalho com bonecos da cidade, a Cia já realizou 63 apresentações do Vis Motrix.: ensaio sobre a alma das marionetes

Viajando pelo país e divulgando seu talento pelo mundo, Rodrigues construiu os bonecos em madeira para um videoclip da banda suíça Fusion Square Garden. Depois disso, fez modificações no corpo dos bonecos - para adaptá-los à técnica da manipulação direta com um grupo de atores.

Segundo Rodrigues, a arte de animar bonecos é dar movimento e agilidade humana a um objeto inanimado. "As características do humano transpiram do boneco. Os atores e a sua alma, seu ego atuam em transferência com o objeto, para darem vida", explica o diretor.

Para trabalhar com animação de bonecos são necessários alguns requisitos: "É preciso ser um excelente ator, ter disciplina, formação contínua e conhecimento da dramaturgia para conquistar a harmonia de gestos e expressões", orienta Rodrigues.

A companhia Imago de Teatro de Animação tem cinco atores em cena e já formou mais de 15 outros artistas. Atualmente prepara o segundo espetáculo da Trilogia Vis Motrix, este novo é Vórtex, e tem como mote os bonecos que descobrem a linguagem como sistema de comunicação entre pessoa (marionete) e objetos ou até outras pessoas.

(...)

Imago de Teatro de Animação
Fone: 3344.6125 ou www.imagoteatro.com.br


Fabiane Gaion/ Máxima Comunicação


*

6.8.09

FIT - Festival Internacional de Teatro - S.J. Rio Preto - julho 2009

*

PAINEL CRÍTICO

FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO

São José do Rio Preto – 27/07/2009


"Vis Motrix" - Delicado, para todas as idades

Maria Beatriz de Medeiros
Leitora Crítica

Na entrada, solene, um senhor de voz grave e acolhedora, recebe gentilmente a platéia. A trilha sonora, dos 15 minutos já tradicionais de atraso de todo teatro, também demonstra cuidado. Isto deve ser natural, penso, para pessoas que trabalham com bonecos, pequenos seres animados, frágeis, mas que se revelarão ágeis. Certamente me inspiro, para este pensamento, no tanto carinho que oferece um pai ao seu filho de colo. A platéia está repleta de crianças. Mas, realmente, um espetáculo de bonecos, não necessariamente é para crianças. E este também não é só para crianças. Trata-se de técnica, de técnica apurada a partir da tradição de marionetes japonesas e de poesia.

O mesmo senhor (Mauro Rodrigues) apresenta um boneco, seu "colega", que depois chama de filho. O boneco é grande e manipulado por três pessoas. Explica: "Vis Motrix", vontade de movimento, ou enthusiasmós, conforme o completo site da Cia de teatro (www.imagoteatro.com.br). O espetáculo tem por subtítulo "um ensaio sobre a alma das marionetes"(...)

A manipulação é eficaz e cria de fato envolvimento com o boneco. Ele dança, salta, instala cadeirinhas, finge ser desajeitado, instala cadeirinhas, e uma mesa. A habilidade na movimentação do boneco faz crer que a mesa, pequena para o tamanho do boneco, é muito pesada. Ele se equilibra nas cadeiras que dispôs sobre a mesinha. A gravidade desaparece, estamos no mundo dos sonhos (...)

Entra naturalmente a bola de futebol. Mas estamos em um mundo mágico e facilmente ela se torna bola de vôlei, futevôlei, desobedece. Ahahah! É divertido um mundo sem gravidade e onde os objetos podem ter vida própria: uma cadeira desobediente, uma bola que não quer mais jogar (...)

Muito interessante e instigante é a linha, ou a corda, que entra em cena para que o boneco nela se equilibre, se desequilibre, se jogue como em uma cama elástica. Elemento visual puro, ela se solta e os desenhos descobertos são inusitados. Simples, grande, diferente.

Após o fim do espetáculo, o Grupo apresenta um sketch do próximo. Agora, as luzes são mais abertas, vê-se um pouco os manipuladores/atores. Mas isto não é incomodo. Ao contrário, os olhos ficam mais à vontade e a concentração na excelente movimentação do boneco, que quer ter alma, não nos deixa prestar atenção nos excelentes manipuladores.

Bonecos manipulados por três atores não é nada fácil (...). Indago-me se existe apoio para a pesquisa em estudo de movimentos via sensores e computadores. Informo-me e a resposta é 'não'. Tudo é feito sem tecnologia digital. Isto exige trabalho e a Imago Cia de Teatro a possui.

*

3.8.09

Um conto curto e quase árido

*




De tal modo atormentado, brigava até com o seu melhor amigo, mesmo este sendo o amigo imaginário.
Naufragou em sólida realidade que jamais se reconciliara.














*

2.8.09

Sereno Jeito!

Eu gosto, sobremaneira, de alguns sonetos.


Torpe, lembro-me, vago, alguns.


Cenas nasceram aí, fizeram-se épocas de muito refletir, das quais guardo mais que lembranças.


Posto que ali eu vejo os dias que morrem em crepúsculos fantásticos, afrontando-se o firmamento em algum alento de fim, e eu volto amanhã, este tempo é tempo de despertar sempre ao leito, com cara de amarfanhado, surpreso em alento para os perceptos.


Disto de todos o verbos, de todos os alheios afetos.




Nem dias ou mares de horas lavam prantos e ridos além de ausências do seu caráter;
roubou-me um instante a consciência,
fez latente, nem formosa, nem trágica,
alguma porta do meu peito.




Seus esforços mortos







"Meu coração tem um sereno jeito,
E as minhas mãos, o golpe duro e presto,
De tal maneira que, depois de feito,
Desencontrado, eu mesmo me contesto.
Se trago as mãos distantes do meu peito,
É que há distância entre a intenção e o gesto;
E se o meu coração nas mãos estreito,
Me assombra a súbita impressão de incesto.
Quando me encontro no calor da luta,
Ostento a aguda empunhadura à proa,
Mas meu peito se desabotoa;
E se a sentença se anuncia bruta,
Mais que depressa a mão, cega, executa,
Pois que senão o coração perdoa..."
(de "Calabar, o elogio da traição", de Chico Buarque")

1.8.09

Meia Noite Inteira

*
É! Parece que tem duas faces. Uma é grave. A outra aguda, solene! Ambas fazem equilíbrio? Olhos graves, ora agudos, assim olhamos. Vemos partes. Bacana se mesclam ou se misturam, quase se (con-)fundem... Então quase chegamos a ver.
Caraca, onde você acha isto? Com certeza! Massa isso!
Na maior parte do tempo pensamos ver... Não vemos...
Será que vemos?
Vez ou outra, vemos sim, noutras, imaginamos ver.
Chato isso. Ou talvez não. Mas seria bom poder ver mais. Mas mesclar nem sempre está em nós...
Vez ou outra, para ver mais e melhor, empresto uns olhos alheios: eu leio, busco filmes, escuto as palavras e sons que amigos ou desconhecidos fazem a respeito do sutil e do rude na e da vida. Em busca de olhos que suspeitem para além do mesmo que vejo, se é que eu vejo. Aprendo sobre o olhar... Sempre aprendiz!
Entendi! Somos muito fracos. Incapazes no que diz respeito ao sutil. Sobre o bruto temos mais experiências, conhecemos mais. Isso é natural(?). Acontece! Ai está a graça da sutileza.
Somos brutos, estúpidos, grosseiros, mas também sutis, sensíveis, habilidosos... Equilíbrio! Somos as duas partes... Mas poucos, e bem poucos, prestam atenção naquele outro lado do espelho... Naquele lado da lua... Na rua de duas pistas, duas mãos... e na vida que tem a contraparte que é a morte. Ambas nos acompanham... A sombra e a luz... A prata que reveste o vidro frio, que reflete a luz da existência que é fininha, fininha e quebra a qualquer momento.
É, somos humanos, né, gatão?! E isto me arrepia.
Isso está em nós: limites!
Quase sempre!
Sim...
Vez ou outra somos apenas animais, sem sermos humanos.
É, somos sim limitados e não é apenas no nosso ver e no nosso saber, nossa visãoe compreensão.
Um beijo em meio a um abraço, apagaria o seu limite humano, gatão?
Vem!
*

30.7.09

Desvão

*

Diz das impossibilidades e os ilimitados espaços que o sentimento ocupa. Então mente! Pois é tolo, torpe, se sentir é geral, inespecífico. Depois de embriagada a sensação, conforto, é a desrazão e o desejo que fazem naufragos dos cinco aos cinco milhões de nossos sentidos. Daí a atenção redobrada! Ou o cuidado de si!


*

11.7.09

Olvidar!

*





Disse-me que estar aqui seria sem igual. Então eu vim! E disse-me que haveria de aqui presenciar a manifestação do incognoscível, na dança sutil de sopros, fluxos, nos movimentos e nos implacáveis limites de tempo e espaço. Contou-me com entusiasmo sobre o casamento alquímico, a dizer-me que o infinito em algum parte liga-se ao finito.
E houve luz para os meus olhos, que são sempre os olhos de um outro, para vir aqui. E o manancial secreto da luz fez-se nas janelas do nascer, a jorrar águas que lavam os meus dias. Transbordou a percepção e nos faz rir da parca compreensão nossa, de ser a sua imagem metáfora vazia, mas indelével.
Uma vida em imagens que se conta a si, ainda mais sutil que a forma ou a cor. Brota no campo ou território do imaginário, até mesmo enquanto é imagem, quimera, criada na imagem do zero, o céu, as nuvens, o espaço, o interstício: imagens do nosso vazio.
A beleza não está exclusivamente nas coisas, não está nas cores, nem nas formas delas, nem nas imagens. Os olhos entregam a visão da beleza em cada detalhe e instante seus mesmo: aos olhos, se assim lhes (a)paracem!
E houve o manacial da visão a jorrar em todas as direções estas alegrias que são o sol e as sombras, todas!
Almofariz e forja a trabalhar, ruidosos e inquietos os olhos materlaram até que a imagem, sob o fogo dos nossos anseios, no passeio desses sobre a pele das coisas, reinventou a ventura da luz, emprestou a elas a vida que há em nós, em laços, nos vínculos que criamos com as coisas que nos tocam. Isso se elas nos tocam!





*

23.3.09

ouro a tolos

*
Creditasse ao tempo o futuro,

além da livre vontade,

daria ao presente a feição de um sombrio,

um leviano, um vazio.

Nas últimas noites de paisagens incríveis,

Pinto luzes na cheia lua

a revelar inusitadas as nuvens noturnas.

Tentativa de olhos para um passeio.

Dias e noites de descobertas

e promessas de invernos eternos



Era ouro de tolo, o previsível!

Exponho o além do tempo,

então desfeito, o que é o infinito?

*

pluma

*
Si, si!

Eu fui lá.

E há paraíso.
E não é ele artificial, nem real, mas é só paraíso.
E era Deus ausente.
Disseram-me que viajou,
sem data para o eterno retorno.
Deixou uns mapas desenhados nuns traços tão finos, tão sutis que não pude ver com os olhos de gente,
ao menos estes meus,
acostumados a grudar palavras ao que é tão só de olhar.

Os bichos, os petizes, quiçá, eles!
Poderão estes saber nas garatujas divinas setas que levam aos caminhos espontâneos
ao instante premente, a toda surpreza,
ao sorriso, este sim, o Grande Delírio
a nos restar diante e dentro
da beleza que é este mundo.
E sem as legendas,
que estão também em língua esquecida,
sobrou-me o espanto e algumas lágrimas,
sentindo o agradecimento por nada,
de ter estes meus olhos,
que ainda cansados,
puderam trazer pra você
este muído e distraído instante
feito de fotos das nuvens
plantadas nos caminhos dos céus.
*

Verdes os olhos da verdade

"o que é um espelho? Não existe a palavra espelho, só existem espelhos, pois um único é uma infinidade de espelhos (...) Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio, quem caminha para dentro de seu espaço transparente sem deixar nele o vestígio da própria imagem- esse alguém então percebeu o seu mistério de coisa"

(Clarisse Lispector. Água Viva, p. 94)

ser em si!

*
Onde vou,
Onde sigo,
Eu assunto.
Se eu trafego,
Se eu destino,
Se eu rota e aurora,
Se eu boreal,
Se eu ali,
Se eu lá,
Se eu estou a ir,
Se eu deveras,
Se eu o mesmo,
Se eu estou
Se eu e você
Se eu além,
Se eu rumo
Se eu a esmo,
Ss eu vou
Se sempre
Se sempre será sem fim.
*

Diga-me cloWN quem

Diga-me com quem andas
e como andas
E te direi se vou contigo!!!

Você aprecia?:
A. ( ) etilismo noturno
A. 1. ( ) estilismo soturno
A. 1. a ( ) alcoolismo diuturno
A. 1. ah ( ) ah! ah! haverá!

Deixa aqui a sua mensagem!

22.3.09

e eram eras

*
o fez-se o som
e o corpo do menino
arrastou
uns fluxos,
uns lances
e deu-se o móvil
fez-se a dança
no corpo dele
o chão
o ar
e era um ritmo
dois e a alegria,
mas era um corpo
e era um menino
e foi isto quase ali
e quase muito lindo

*

30.6.08

Filigranas de Rembrandt

*



Estive às voltas com filmes que não me agradaram.
No teatro, duas obras, ambas insignificantes... carentes de toda sorte de precisão: da luz à sombra. Eu tentei.
E vi esta tarde três ou quatro Rembrandts (1606-1669).
A semana redime-se aqui.

Tenho os olhos cheios da mais tênue luz a escorrer sobre tudo o que me toca.
Detive-me por horas, diante das poucas imagens. E senti necessidade de retornar a elas mais uma e outra vez.


A Holanda dele fascina.

Demorei-me tempo bastante diante das obras para saber a paixão.

As linhas ali se retorcem, contornam e vagueiam sobre a fibra do tecido. São voltas e, interrompendo-se, sofrem pulsões, forças. São filigranas de um mundo de desrazões e razões. Nôa há linhas a contornar as formas. Há luminescências que brotam do negro/escuro/claro amarelado e dourado. Escrituras de manchas na superfície da pele da pintura... Delicadezas de mãos do artista, enxugadas nas fibras de cada imagem; adivinha-se um fio de suor e genialidade ali.

Filigranas de Rembrandt fazem ver olhos escondidos nas imagens. É a pintura que me olha com olhares de um mundo em linhas de fuga, olhos esfumados e de intensas e profundas e distantes e próximas luzes esmaecidas. As transversais e as rotas de fuga, mundos em abismos, revolta, escarpas, penhasco.

Ílinx! Vertigem dos sentidos.

Philosopher in Meditation

Jogos de armar nos negros de fumo, nas graxas, no malsão carvão, nestas nuvens de cinzas.

Os amarelos abrazam para além das figuras, incendiam à bastança a secura que há lá; às vezes, num destes instantes, períodos em que o cotidiano se faz brazil. Brotam amarelos e ferrugens das terras ali, de onde não se suspeita infinitas paisagens de areias e pedras, aliás, que jamais se mostram nas obras que eu visitei. O amarelo delas é o deserto e a impessoalidade, um convite à intimidade, à penumbra, à alcova em Delft. Não haverá céu com luz amarelada e clara na Holanda? Haverá este sol de pintura que Rembandt contrói e faz tudo ressecar à luz dele? A pintura dele é lume.

Linha e plano em Rembrandt confundem a profundidade. Escorrem da realidade o óleo quente e a tela. Derretem-se as outras imagens. Não, não há nada ali de surreal. É mesmo o substrato do real, a melhor abstração sobre ele: o real inventado pela inteligência do pintor que se mão, que se obra. Presentifica e não mostra, não apresenta, mas faz existir. A profundidade está ali, no plano do tecido. E não existe profundidade.
Reinventam-se os meus olhos, a imaginar um mundo de sombras e luzes.
A pele desta pintura é mais funda, aprofunda a plana superfície das telas. Caleidoscópio!
Demasiado na pintura deste holandês não parece existir. Nem há calma. Nem tempestades. Quiçá, mistérios!

Reinvento e descrevo. Não, a pintura dele. Ela se basta e se ilustra, embora não se descreva. Presentifica-se, já disse. Quem se recria ali, diante dela, sou eu.

Artista engana.
Artista não finge ou vacila.
Precipita-se!
O desenho de Rembrandt refez um caminho para este meu dia.
O desenho dele, um pensar co'as mãos, pincéis e infinidades que possam haver nos olhos.

Evohé!



*

26.4.08

Bonecos que "respiram" em cena

Teatro Imago estréia temporada do espetáculo Vis MOtriX




Uma arte em que os atores emprestam sua respiração a objetos inanimados, uma arte em que bonecos feitos de espuma adquirem gestualidade, enternecendo o público com a expressão dos desejos e das emoções. Esta é a essência do espetáculo Vis MOtriX que o Teatro Imago estréia nesta quinta-feira (24), no Teatro Zaqueu de Mello, em Londrina, abrindo a temporada que vai se estender até outubro. No Vis MOtriX, os bonecos ganham movimentos humanos, mostram o quanto a poesia está presente nas cenas da vida que, pela magia do teatro, se transformam numa arte de encher os olhos. Bonecos que jogam bola, varrem, andam na corda-bamba, dançam e passeiam com guarda-chuvas são passaportes para o lirismo de uma linguagem única: a da animação, construída a partir de ações sincronizadas num trabalho que exige do elenco uma grande sintonia.

Baseado nas técnicas do Bunraku - teatro de animação japonês, sem falas, com narrativas musicais e manipulação de bonecos - o trabalho desenvolvido pelo Imago envolve vários desafios. Se no palco o público vê se desenrolar a ação das marionetes que, além de corpo, parecem ter alma, nos ensaios a atuação competente dos atores pode ser observada em ações que imprimem ao jogo cênico “vida aos bonecos”, uma vida que se alimenta do imaginário: tanto dos artistas quanto do público. São os atores, imperceptíveis no palco porque atuam em fundo escuro e vestidos de negro, que comandam as ações e as “emoções” dos bonecos, rindo ou entristecendo como se fossem seus próprios corpos em cena. Estas ações são transmitidas à platéia que, naturalmente, preenche a espetáculo com seu próprio repertório de conhecimento e sentimentos. Difícil é ficar indiferente à bagagem mágica que atinge quem está dentro e fora do palco.

Espetáculo: Vis MOtriX, com o Imago Teatro de Animação
Direção: Mauro Rodrigues
Local: Teatro Zaqueu de Mello (Av. Rio de Janeiro, 413, Londrina)
Sessões: quinta e sexta-feira (24 e 25), às 14h30, para alunos do Ensino Fundamental
Para o público e geral:

Sábado (26) às 20h

Domingo (27), às 20h30
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia), à venda no Shopping Royal Plaza, na loja Uzzi (2º andar)


Patrocínio: Promic – Programa Municipal de Incentivo à Cultura e Rede Cidadania; INESUL

Apoio: Universidade Estadual de Londrina - Departamento de Música e Teatro - Centro Acadêmico de Artes Cênicas - Sanepar - Caco Serf-Service - Loja UZZI

21.3.08

Dia Internacional da Marionete e do Teatro de Bonecos


Grupo de teatro de bonecos estréia em abril e está fazendo parcerias para o desenvolvimento de um projeto didático-pedagógico


21 de março é o Dia Internacional do Teatro de Bonecos, um gênero lúdico que volta a florescer em Londrina a partir do trabalho do Imago Teatro de Animação, dirigido por Mauro Rodrigues.

O grupo vai fazer em abril a pré-estréia do espetáculo Vis MOtriX, permanecendo em cartaz no Teatro Zaqueu de Melo até outubro, com apresentações que acontecem uma vez por mês, de quinta a domingo.


O espetáculo Vis MOtriX, nome que é uma alusão à força motora ou animadora dos corpos, leva ao palco o encanto dos bonecos e o trabalho meticuloso com as marionetes criadas pelo próprio grupo, que nasceu de um trabalho desenvolvido por alunos do curso de Artes Cênicas da UEL, sob a supervisão e direção de Mauro Rodrigues.

O projeto tem patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura – PROMIC – e vai realizar parcerias com Instituições Educacionais, Secretaria de Educação e Cultura do Município, Rede da Cidadania e Vilas Culturais. Além das apresentações, o projeto foi concebido para que o grupo realize oficinas e jogos teatrais nas escolas públicas e privadas interessadas em trabalhar e ter contato com o “teatro vivo”.

Com uma agenda de apresentações já reservada para as escolas públicas durante a temporada, o grupo inicia na próxima segunda-feira (24 de de março) uma série de contatos com as escolas privadas na intenção de ampliar o circuito do espetáculo junto ao público, realizando ainda , com alunos e professores, um criterioso trabalho artístico e educacional que tem o teatro como ferramenta.

Segundo Mauro Rodrigues, a proposta didático-pedagógica é destinada a alunos que tem entre 7 e 17 anos do Ensino Fundamental e Médio. “Envolver a equipe escolar em projetos artísticos é uma maneira de estimular a circulação da produção cultural e oferecer um instrumento inteligente para a formação e a informação”, diz.

Escolas interessadas em participar do projeto podem contatar o grupo Imago Teatro de Animação pelo telefone 9136-6893 (Daniela). Visitas às escolas para apresentação do projeto e sugestão de parceria podem ser previamente agendadas.


E-Lectra Comunicação

Jornalistas responsáveis:
Célia Musilli e Jackeline Seglin

Fones de contato: 3338-2705 e 9901-8790