29.11.09

Imago em Temporada no Aniversário de Londrina

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Temporada Imago Teatro de Animação

Para comemorar o Aniversário de Londrina


E S T R E I A


VORTEX: Folia para Sopro, Cordas y Marionetes

O novo espetáculo da Companhia Imago Teatro de Animação. É um diálogo entre a Alma das Marionetes e o Espírito da Musica, representando o despertar de um canto silencioso para as marionetes.

Nesta obra música e movimento se entrelaçam, na composição da alquimia que faz nascer a individualidade de uma personagem: a marionete que ainda não tem nome.

A música é uma folia, que em sua origem medieval e era esta a denominação das festividades de comunidades agrícolas da Península Ibérica e, depois, no Barroco (1600-1750), transformou-se em gênero musical que, aqui, neste espetáculo, folia significa a reunião deste grupo de artistas na celebração do enternecimento, da sensibilização individual e coletiva. A marionete é uma alegoria do nascimento da individualidade.

O canto silencioso refere-se ao conceito de Platão, que faz vibrar em nós o que é anterior às palavras e pensamentos. Vortex encena a mudança do imaterial em material, a essência humana rica e divina que se humaniza, ganhando a forma do corpo que dança e se expressa no espaço da cena. O cósmico irrompe em cena, ganhando densidade, e por certo expande a personalidade que se expressa na forma geométrica, na dança, na música da marionete que ali nasce.

Vortex ou vórtice é a unidade que faz movimentos circulares, reapresentando as forças e os poderes dos ciclos. É a força intrínseca do movimento, o fluxo dos sentimentos e propriamente o mistério da música. Em Vortex os substratos da alma, que tem como base a inocência sabia e silenciosa, segue a espiral em constante movimento e transformação que faz das marionetes do Imago pura sensibilidade expressos em abraço.

Em cena estão a flauta de Nivea Nasser, as cordas de André Siqueira e as Marionetes de Mauro Rodrigues, animadas por Robson Barbosa e Laura Lopes. A música é "Variações sobre Folies d’ Espagne", de Marain Marais (1656-1728).


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20.11.09

O que está no alto!

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Todos os dias tenho estudado uma parcela das lições que o azul ensina. Fico contente de compartilhar contigo, nesta data, um tanto disto que eu aprendo.

O azul exato é inexistente.

Se está no céu o azul é ilusão. Pouca matéria que não se pode alcançar. É tão só cor, reflexo das águas ou o ar o tal azul celeste. Chega-se às nuvens e até as ultrapassa, o azul não está mais ali. Onde o azul anil será?


O azul é inatingível.


Ele, o azul, está e fica sempre à boa distância, eu pressinto.
Há azul nos mares mais frios, nas calotas e nas costas da terra. É tão perto ou dentro, mesmo assim, não se pode tocar este azul profundo. Onde a parte tangível de mares e dos céus está, nas imensidões azuis? Tão próximas dos olhos, sempre distantes da mão.

O azul é inacessível.


Mas é certo que o azul nos inunda a imaginação. A possibilidade de tocar o azul mais profundo, eu alcançaria, a guardar um pedacinho de matéria azul, mas sequer eu posso e nem fazer presente aos próximos ou aos amados...

O azul tem beleza singular.

Há o azul das geleiras, dos Glaciares. Você também já comprovou, é lindo! E inexistente, e inatingível e inacessível. Deste eu até bebi, e preso no cristal do copo, era água com a inconfundível cor de água, isto é, transparente e límpida, como é também a cor cristais amadurecidos. Centenas e centenas de anos e a água não se tornou azul, apesar da insistência do céu, do mar e também do frio. Este último, dizem, também é azul, logo, inexistente, inatingível, inacessível.

O azul é sempre profundo.

Nós sabemos do azul qual o tom exato dele que nos faz vibrar mais e melhor, certo?
Ele não existe, senão nos nossos olhares que nos enganam e nos protegem a nos presentear com profundidades e transparências e tonalidades as mais variadas de algo que não existe. Não apenas não existe, também é incerto, inexato, inconstante e, claro, impermanente e límpido.
E vemos o azul e a ele creditamos uma boa parcela de confiança e de pequenas alegrias: O dia está azul celeste de leveza... O dia vestiu o manto azul profundo salpicado de luzes e fez-se noite... Ou o azul nos serve de metáfora para o mais além de nós mesmos. Bem possível traduza o que é frágil em nós.
Vemos e vivemos certas parcelas das nossas vidas imersas no azul. E, se vemos ele não está ali, sabemos, e ainda assim vivemos o azul que pulsa debaixo da nossa frágil pele (sabemos o vermelho do sangue, e vemos também azul nobreza... até aqui dentro de mim!)

Sentimentos, pensamentos e emoções são assim, não são? Tal como é o azul! Existem por existirem em algum lugar na gente, mesmo que não vejamos, nem toquemos. Não há um órgão. Nem matérias...

Exercer! Existir! Exercitar-se nos arficífios, articulações... Experiências, experimentos... E (ousar) ser!
A lição que o azul me ensina, estando vazio, ele está pleno.

Um mundo ou mais de alegrias todos os dias dos novos azuis tempos!

As geleiras azuis são Del Fin del Mundo, onde fui buscar um azul para compartilhar contigo!





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23.10.09

Descaminhos: Rosas del Fin del Mundo

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Pense no vermelho vivo!
O vermelho vivo, mas não é do sangue do sol da manhã.
Não é o vermelho sangue da juventude.
Nem pense no vermelho fervido.
Nem o vermelho das nódoas coaguladas nas feridas da nossa pele.
É outro o vermelho transcendente da batina do alto bispado.
Não, não é o carmim, nem o vermelho quase violeta.
É o vermelho vivo e tinto pela luz azul dos dias de céu límpido.
Isto, vermelho de bordas esbranquiçadas, dando margem à reflexão sem fim dos azuis nos claros dias.
Que seja vermelho distante do corpo e, sob luz azul, o vermelho (quase bordô) virará marrom da sua terra e, mais e mais próximo ao corpo, torna-se de novo este vermelho quente que é da carne a pulsação da vida.
Pense no vermelho vivo!
O vermelho quente do final da tarde, manchado pelo vinho tinto da boa estirpe das horas vividas.
São estas as rosas vermelhas que eu vi incendiar em Ushuaia e as trago pra você sentir, se são elas que gostaria de vestir para a nossa última dança.



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Rosas del Fin del Mundo

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Envio estas rosas que eu vi em Ushuaia, na Terra do Fogo - nel Fin del Mundo. É assim que chamam a região mais extrema da Argentina, por ser a mais distante do continente e do globo, apenas mil kms próxima da Antardida.

As formas e as cores das rosas de Ushuaia não são delicadezas, são sim fortalezas. Os tons e sobretons profundos. Rosa nada ingênuo, nem infantil. Rosa feminino de beleza sem igual. Gostaria que lhe servisse para a segunda veste, na "combinação" que veste debaixo dos seus vestidos escuros desde o início da sua obra.

Que sejam as minhas rosas apropriadas às suas fantasias! E que ambas possam aprender sincopadas as danças do tempo!

Um beijo com rosa!


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15.10.09

Imago Teatro em Outubro, no Teatro Zaqueu de Melo

Imago Teatro de Marionetes, única companhia a atuar com marionetes nesta cidade, apresenta espetáculo para pessoas da faixa etária a partir de 1 (ano) de idade.

Crianças se divertem e adultos se emocionam.


Em Londrina, neste final de semana!

Primeira companhia estável de teatro de marionetes de Londrina.

Em cartaz desde dezembro de 2007.

Mais de 70 apresentações.

Assistido por 10mil espectadores.

www.imagoteatro.com.br

contato
fone: (43) 3344 6125
cel. : (43) 9105 0051

A Temporada Imago 2009 apoia campanha do Hospital do Câncer

As apresentações estão programadas para esta semana, na temporada 2009 do Circuito Imago,
com a peça Vis Motrix: ensaio sobre a alma das marionetes, no Teatro Zaqueu de Melo.
Neste ciclo, a temporada acontece sábado (dia 17, às 20h30) e domingo (dia 18, às 19h30).
A temporada deste ano do Circuito Imago apóia a campanha do Hospital do Câncer, batizada
de "Amigo do ICL". Durante toda a temporada no Zaqueu, o boneco Nando, do Hospital
do Câncer, estará à venda ao público e uma parte da renda da bilheteria será destinada à
instituição.

Segundo o Hospital do Câncer, quase 19,5 mil pacientes de Londrina e de outros 218
municípios foram atendidos, em 2008, pelo Hospital do Câncer de Londrina. Entre
radioterapia e quimioterapia, foram 101.414 aplicações no ano passado. As internações
somaram 6.602. Do total de atendimentos, quase a maioria (94,79%) foram feitos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Os outros 5,21% foram decorrentes de convênios. Segundo a
assessoria de imprensa, atualmente são 340 crianças em tratamento no Hospital do Câncer.

 

"Esta parceria entre Imago e o Hospital do Câncer de Londrina nasceu do desejo de animar a Campanha,
de doar a vida que temos criado com os nossos bonecos", explica Mauro Rodrigues, diretor
do Imago Teatro e criador das marionetes do espetáculo. Professor do curso de Artes
Cênicas da Universidade Estadual de Londrina, ensina ainda que esta iniciativa tem o
sentido de devolver um pouco do que esta Temporada tem recebido da população londrinense. "Em um ano e meio de
trabalho, foram 10mil espectadores em nossa plateia".

 

As marionetes de Vis Motrix também já estiveram em apresentação no Hospital do Câncer, e se apresentaram em eventos com representatividade singular a respeito da produção teatral brasileira, tais como o FIT-Festival Internacional de Teatro de Rio Preto (julho 2009), o Fenatib- Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau (setembro, 2009), o Festebon - Festival de Bonecos de Maringá (agosto, 2009), o Seminário Nacional de Teatro de Animação - Jaraguá do Sul (setembro, 2009) e o FILO - Festival Internacional de Londrina (maio, 2008), al´pem de circular pelas unidades do SESC de Santos, São Carlos, Ribeirão Preto e Campinas.

O público que assistir ao espetáculo, por sua vez, tem a chance efetiva de colaborar com o tratamento das crianças atendidas pelo HCL. Ao adquirir o boneco Nando, por R$ 25,00, o londrinense colabora com o trabalho da instituição.


* PAINEL CRÍTICO FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO
São José do Rio Preto ? 27/07/2009

"Vis Motrix" - Delicado, para todas as idades

Maria Beatriz de Medeiros
Leitora Crítica

Na entrada, solene, um senhor de voz grave e acolhedora, recebe gentilmente espectadores. A
trilha sonora, dos 15 minutos de espera tradicionais de todo teatro, também demonstra
cuidado. Isto deve ser natural, penso, para pessoas que trabalham com bonecos, pequenos
seres animados, frágeis, mas que se revelarão ágeis. Certamente me inspiro, para este
pensamento, no tanto carinho que oferece um pai ao seu filho de colo. A platéia está
repleta de crianças. Mas, realmente, um espetáculo de bonecos, não necessariamente é para
crianças. E este também não é só para crianças. Trata-se de técnica, de técnica apurada a
partir da tradição de marionetes japonesas e de poesia.
O mesmo senhor (Mauro Rodrigues) apresenta um boneco, seu "colega", que depois chama de
filho. O boneco é grande e manipulado por três pessoas. Explica: "Vis Motrix", vontade de
movimento, ou enthusiasmós, conforme também consta no completo site da Cia Imago
(www.imagoteatro.com.br). O espetáculo tem por subtítulo "um ensaio sobre a alma das
marionetes".(...)
        A manipulação é eficaz e cria de fato envolvimento com o boneco. Ele dança, salta,
instala cadeirinhas, finge ser desajeitado, instala-se, e uma mesa, ganhando o nosso imaginário.

A habilidade na movimentação do boneco faz crer que a mesa, pequena para o tamanho do boneco, é muito
pesada. Ele se equilibra nas cadeiras que dispôs sobre a mesinha. A gravidade desaparece,
estamos no mundo dos sonhos.(...)
        Entra naturalmente a bola de futebol. Mas estamos em um mundo mágico e facilmente ela se
torna bola de vôlei, futevôlei, desobedece. Ahahah! É divertido um mundo sem gravidade e
onde os objetos podem ter vida própria: uma cadeira desobediente, uma bola que não quer
mais jogar.(...)
        Muito interessante e instigante é a linha, ou a corda, que entra em cena para que o
boneco nela se equilibra, se desequilibra, se joga ao ar, numa cama elástica. Elemento
visual puro, a maronete se solta e os desenhos descobertos são inusitados. Simples, grande,
diferente.
        Após o fim do espetáculo, o Grupo apresenta um sketch. Agora, as luzes são
mais abertas, vê-se um pouco os manipuladores/atores. Mas isto não é incomodo. Ao
contrário, os olhos ficam mais à vontade e a concentração na excelente movimentação do
boneco, que quer ter alma, não nos deixa prestar atenção nos excelentes manipuladores.
Bonecos manipulados por três atores não é nada fácil (...). Indago-me se existe apoio
para a pesquisa em estudo de movimentos via sensores e computadores. Informo-me e a
resposta é "não". Tudo é feito sem tecnologia digital. O melhor da artesania. E isto exige trabalho e a Imago Cia
de Teatro o possui integral.

Mauro R Rodrigues z


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7.9.09

Domingueira





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domingo amanhece aos miados
jeito de quem patas macias
elegância e precariedade
alegra infâncias auroras
a semana sem prenúncio
ensaio definitivo das horas
amarfanha lençóis
lento sem trinados gorjeios
de luz feito promessa
cor de orvalho impressionista

depois da chuva noturna
fosse apenas manhãs brandas

dormiria desperto
as alegrias sem ciência


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20.8.09

Teatro de Animação: a arte de confeccionar e manipular bonecos

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ARTES


Para manipular bonecos é preciso ser bom ator, ter disciplina, formação contínua e conhecimento da dramaturgia

Teatro de Animação: a arte de confeccionar e manipular bonecos
13/08/2009

Misture paciência e dedicação. Molde os talentos artísticos manuais e teatrais e treine muito. Essa é a receita básica para trabalhar com o Teatro de Animação ou Teatro de Bonecos.
(...)

A vida dos bonecos

Há 35 anos construindo bonecos, o professor, diretor e dramaturgo Mauro Rodrigues criou em Londrina, há dois anos, Imago de Teatro de Animação. Único trabalho com bonecos da cidade, a Cia já realizou 63 apresentações do Vis Motrix.: ensaio sobre a alma das marionetes

Viajando pelo país e divulgando seu talento pelo mundo, Rodrigues construiu os bonecos em madeira para um videoclip da banda suíça Fusion Square Garden. Depois disso, fez modificações no corpo dos bonecos - para adaptá-los à técnica da manipulação direta com um grupo de atores.

Segundo Rodrigues, a arte de animar bonecos é dar movimento e agilidade humana a um objeto inanimado. "As características do humano transpiram do boneco. Os atores e a sua alma, seu ego atuam em transferência com o objeto, para darem vida", explica o diretor.

Para trabalhar com animação de bonecos são necessários alguns requisitos: "É preciso ser um excelente ator, ter disciplina, formação contínua e conhecimento da dramaturgia para conquistar a harmonia de gestos e expressões", orienta Rodrigues.

A companhia Imago de Teatro de Animação tem cinco atores em cena e já formou mais de 15 outros artistas. Atualmente prepara o segundo espetáculo da Trilogia Vis Motrix, este novo é Vórtex, e tem como mote os bonecos que descobrem a linguagem como sistema de comunicação entre pessoa (marionete) e objetos ou até outras pessoas.

(...)

Imago de Teatro de Animação
Fone: 3344.6125 ou www.imagoteatro.com.br


Fabiane Gaion/ Máxima Comunicação


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6.8.09

FIT - Festival Internacional de Teatro - S.J. Rio Preto - julho 2009

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PAINEL CRÍTICO

FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO

São José do Rio Preto – 27/07/2009


"Vis Motrix" - Delicado, para todas as idades

Maria Beatriz de Medeiros
Leitora Crítica

Na entrada, solene, um senhor de voz grave e acolhedora, recebe gentilmente a platéia. A trilha sonora, dos 15 minutos já tradicionais de atraso de todo teatro, também demonstra cuidado. Isto deve ser natural, penso, para pessoas que trabalham com bonecos, pequenos seres animados, frágeis, mas que se revelarão ágeis. Certamente me inspiro, para este pensamento, no tanto carinho que oferece um pai ao seu filho de colo. A platéia está repleta de crianças. Mas, realmente, um espetáculo de bonecos, não necessariamente é para crianças. E este também não é só para crianças. Trata-se de técnica, de técnica apurada a partir da tradição de marionetes japonesas e de poesia.

O mesmo senhor (Mauro Rodrigues) apresenta um boneco, seu "colega", que depois chama de filho. O boneco é grande e manipulado por três pessoas. Explica: "Vis Motrix", vontade de movimento, ou enthusiasmós, conforme o completo site da Cia de teatro (www.imagoteatro.com.br). O espetáculo tem por subtítulo "um ensaio sobre a alma das marionetes"(...)

A manipulação é eficaz e cria de fato envolvimento com o boneco. Ele dança, salta, instala cadeirinhas, finge ser desajeitado, instala cadeirinhas, e uma mesa. A habilidade na movimentação do boneco faz crer que a mesa, pequena para o tamanho do boneco, é muito pesada. Ele se equilibra nas cadeiras que dispôs sobre a mesinha. A gravidade desaparece, estamos no mundo dos sonhos (...)

Entra naturalmente a bola de futebol. Mas estamos em um mundo mágico e facilmente ela se torna bola de vôlei, futevôlei, desobedece. Ahahah! É divertido um mundo sem gravidade e onde os objetos podem ter vida própria: uma cadeira desobediente, uma bola que não quer mais jogar (...)

Muito interessante e instigante é a linha, ou a corda, que entra em cena para que o boneco nela se equilibre, se desequilibre, se jogue como em uma cama elástica. Elemento visual puro, ela se solta e os desenhos descobertos são inusitados. Simples, grande, diferente.

Após o fim do espetáculo, o Grupo apresenta um sketch do próximo. Agora, as luzes são mais abertas, vê-se um pouco os manipuladores/atores. Mas isto não é incomodo. Ao contrário, os olhos ficam mais à vontade e a concentração na excelente movimentação do boneco, que quer ter alma, não nos deixa prestar atenção nos excelentes manipuladores.

Bonecos manipulados por três atores não é nada fácil (...). Indago-me se existe apoio para a pesquisa em estudo de movimentos via sensores e computadores. Informo-me e a resposta é 'não'. Tudo é feito sem tecnologia digital. Isto exige trabalho e a Imago Cia de Teatro a possui.

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3.8.09

Um conto curto e quase árido

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De tal modo atormentado, brigava até com o seu melhor amigo, mesmo este sendo o amigo imaginário.
Naufragou em sólida realidade que jamais se reconciliara.














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2.8.09

Sereno Jeito!

Eu gosto, sobremaneira, de alguns sonetos.


Torpe, lembro-me, vago, alguns.


Cenas nasceram aí, fizeram-se épocas de muito refletir, das quais guardo mais que lembranças.


Posto que ali eu vejo os dias que morrem em crepúsculos fantásticos, afrontando-se o firmamento em algum alento de fim, e eu volto amanhã, este tempo é tempo de despertar sempre ao leito, com cara de amarfanhado, surpreso em alento para os perceptos.


Disto de todos o verbos, de todos os alheios afetos.




Nem dias ou mares de horas lavam prantos e ridos além de ausências do seu caráter;
roubou-me um instante a consciência,
fez latente, nem formosa, nem trágica,
alguma porta do meu peito.




Seus esforços mortos







"Meu coração tem um sereno jeito,
E as minhas mãos, o golpe duro e presto,
De tal maneira que, depois de feito,
Desencontrado, eu mesmo me contesto.
Se trago as mãos distantes do meu peito,
É que há distância entre a intenção e o gesto;
E se o meu coração nas mãos estreito,
Me assombra a súbita impressão de incesto.
Quando me encontro no calor da luta,
Ostento a aguda empunhadura à proa,
Mas meu peito se desabotoa;
E se a sentença se anuncia bruta,
Mais que depressa a mão, cega, executa,
Pois que senão o coração perdoa..."
(de "Calabar, o elogio da traição", de Chico Buarque")

1.8.09

Meia Noite Inteira

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É! Parece que tem duas faces. Uma é grave. A outra aguda, solene! Ambas fazem equilíbrio? Olhos graves, ora agudos, assim olhamos. Vemos partes. Bacana se mesclam ou se misturam, quase se (con-)fundem... Então quase chegamos a ver.
Caraca, onde você acha isto? Com certeza! Massa isso!
Na maior parte do tempo pensamos ver... Não vemos...
Será que vemos?
Vez ou outra, vemos sim, noutras, imaginamos ver.
Chato isso. Ou talvez não. Mas seria bom poder ver mais. Mas mesclar nem sempre está em nós...
Vez ou outra, para ver mais e melhor, empresto uns olhos alheios: eu leio, busco filmes, escuto as palavras e sons que amigos ou desconhecidos fazem a respeito do sutil e do rude na e da vida. Em busca de olhos que suspeitem para além do mesmo que vejo, se é que eu vejo. Aprendo sobre o olhar... Sempre aprendiz!
Entendi! Somos muito fracos. Incapazes no que diz respeito ao sutil. Sobre o bruto temos mais experiências, conhecemos mais. Isso é natural(?). Acontece! Ai está a graça da sutileza.
Somos brutos, estúpidos, grosseiros, mas também sutis, sensíveis, habilidosos... Equilíbrio! Somos as duas partes... Mas poucos, e bem poucos, prestam atenção naquele outro lado do espelho... Naquele lado da lua... Na rua de duas pistas, duas mãos... e na vida que tem a contraparte que é a morte. Ambas nos acompanham... A sombra e a luz... A prata que reveste o vidro frio, que reflete a luz da existência que é fininha, fininha e quebra a qualquer momento.
É, somos humanos, né, gatão?! E isto me arrepia.
Isso está em nós: limites!
Quase sempre!
Sim...
Vez ou outra somos apenas animais, sem sermos humanos.
É, somos sim limitados e não é apenas no nosso ver e no nosso saber, nossa visãoe compreensão.
Um beijo em meio a um abraço, apagaria o seu limite humano, gatão?
Vem!
*

30.7.09

Desvão

*

Diz das impossibilidades e os ilimitados espaços que o sentimento ocupa. Então mente! Pois é tolo, torpe, se sentir é geral, inespecífico. Depois de embriagada a sensação, conforto, é a desrazão e o desejo que fazem naufragos dos cinco aos cinco milhões de nossos sentidos. Daí a atenção redobrada! Ou o cuidado de si!


*

11.7.09

Olvidar!

*





Disse-me que estar aqui seria sem igual. Então eu vim! E disse-me que haveria de aqui presenciar a manifestação do incognoscível, na dança sutil de sopros, fluxos, nos movimentos e nos implacáveis limites de tempo e espaço. Contou-me com entusiasmo sobre o casamento alquímico, a dizer-me que o infinito em algum parte liga-se ao finito.
E houve luz para os meus olhos, que são sempre os olhos de um outro, para vir aqui. E o manancial secreto da luz fez-se nas janelas do nascer, a jorrar águas que lavam os meus dias. Transbordou a percepção e nos faz rir da parca compreensão nossa, de ser a sua imagem metáfora vazia, mas indelével.
Uma vida em imagens que se conta a si, ainda mais sutil que a forma ou a cor. Brota no campo ou território do imaginário, até mesmo enquanto é imagem, quimera, criada na imagem do zero, o céu, as nuvens, o espaço, o interstício: imagens do nosso vazio.
A beleza não está exclusivamente nas coisas, não está nas cores, nem nas formas delas, nem nas imagens. Os olhos entregam a visão da beleza em cada detalhe e instante seus mesmo: aos olhos, se assim lhes (a)paracem!
E houve o manacial da visão a jorrar em todas as direções estas alegrias que são o sol e as sombras, todas!
Almofariz e forja a trabalhar, ruidosos e inquietos os olhos materlaram até que a imagem, sob o fogo dos nossos anseios, no passeio desses sobre a pele das coisas, reinventou a ventura da luz, emprestou a elas a vida que há em nós, em laços, nos vínculos que criamos com as coisas que nos tocam. Isso se elas nos tocam!





*

23.3.09

ouro a tolos

*
Creditasse ao tempo o futuro,

além da livre vontade,

daria ao presente a feição de um sombrio,

um leviano, um vazio.

Nas últimas noites de paisagens incríveis,

Pinto luzes na cheia lua

a revelar inusitadas as nuvens noturnas.

Tentativa de olhos para um passeio.

Dias e noites de descobertas

e promessas de invernos eternos



Era ouro de tolo, o previsível!

Exponho o além do tempo,

então desfeito, o que é o infinito?

*

pluma

*
Si, si!

Eu fui lá.

E há paraíso.
E não é ele artificial, nem real, mas é só paraíso.
E era Deus ausente.
Disseram-me que viajou,
sem data para o eterno retorno.
Deixou uns mapas desenhados nuns traços tão finos, tão sutis que não pude ver com os olhos de gente,
ao menos estes meus,
acostumados a grudar palavras ao que é tão só de olhar.

Os bichos, os petizes, quiçá, eles!
Poderão estes saber nas garatujas divinas setas que levam aos caminhos espontâneos
ao instante premente, a toda surpreza,
ao sorriso, este sim, o Grande Delírio
a nos restar diante e dentro
da beleza que é este mundo.
E sem as legendas,
que estão também em língua esquecida,
sobrou-me o espanto e algumas lágrimas,
sentindo o agradecimento por nada,
de ter estes meus olhos,
que ainda cansados,
puderam trazer pra você
este muído e distraído instante
feito de fotos das nuvens
plantadas nos caminhos dos céus.
*

Verdes os olhos da verdade

"o que é um espelho? Não existe a palavra espelho, só existem espelhos, pois um único é uma infinidade de espelhos (...) Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio, quem caminha para dentro de seu espaço transparente sem deixar nele o vestígio da própria imagem- esse alguém então percebeu o seu mistério de coisa"

(Clarisse Lispector. Água Viva, p. 94)

ser em si!

*
Onde vou,
Onde sigo,
Eu assunto.
Se eu trafego,
Se eu destino,
Se eu rota e aurora,
Se eu boreal,
Se eu ali,
Se eu lá,
Se eu estou a ir,
Se eu deveras,
Se eu o mesmo,
Se eu estou
Se eu e você
Se eu além,
Se eu rumo
Se eu a esmo,
Ss eu vou
Se sempre
Se sempre será sem fim.
*

Diga-me cloWN quem

Diga-me com quem andas
e como andas
E te direi se vou contigo!!!

Você aprecia?:
A. ( ) etilismo noturno
A. 1. ( ) estilismo soturno
A. 1. a ( ) alcoolismo diuturno
A. 1. ah ( ) ah! ah! haverá!

Deixa aqui a sua mensagem!

22.3.09

e eram eras

*
o fez-se o som
e o corpo do menino
arrastou
uns fluxos,
uns lances
e deu-se o móvil
fez-se a dança
no corpo dele
o chão
o ar
e era um ritmo
dois e a alegria,
mas era um corpo
e era um menino
e foi isto quase ali
e quase muito lindo

*