31.8.13
A reinvenção do amor - Alain Badiou
16.4.13
Homenagem (ou hino) ao amor
Ela partiu no último 15 de fevereiro de modo natural tão espontâneo quanto é nascer.
Sabedoria deles mostrou-se em atos cotidianos, de um para com o outro e conosco que os rodeamos. Fosse em silêncio, na dedica atenção, nos cuidados, acolhimento e na compreensão que ambos, cada qual à maneira pessoal, gentil e alegre ou com rigor prestaram a filhos, filhas, netas e netos, bisnetas e bisnetos e aos achegados.
Viveram casados e juntos por 68 anos. Exercitaram assim também a grande sabedoria deles.
No final da longa jornada, reconhecemos que mantiveram-se unidos e também aos familiares. Mais do que manter próximos os filhos a eles, fomos nós, os próprios, que tivemos o privilégio e a honra de compartilhar da existência plena deles. E de a eles dedicar a atenção e os cuidados para que a vida continuasse íntegra e alegre, apesar das dificuldades que são emprestadas com o avanço do tempo e idade.
As dores do viver são inevitáveis. E eles sabiam disto e nos ensinaram a resignada compreensão de que os ciclos de dias e noites contemplam o infinito. Que o sol, as estrelas e o horizonte à distância, inalcançáveis, estão presentes e são soberanos, na determinação de tempo e existência nossos. Dia e a noite a completar o ciclo do viver, sem interrupção, e esta é a única certeza de continuidade que podemos ter.
E não bastava viver e contemplar a passagem do tempo. Eles nos emprestavam olhos para que enxergássemos o horizonte à distância. Então era o instante em que nos falavam das perspectivas do viver, ou, diante das cores de flores, no jardim que sempre cultivaram, apontavam os milagres de uma existência mais bonita e melhor, para além do banal e opaco cotidiano de nossas lidas diárias. Teciam sua sabedoria em simplicidade, fosse ao fazer fio nas facas, amolar a navalha, a escanhoar a face, no prosear do crochê, ao café e à mesa sempre postos, a dedicação preciosíssima deles, sempre prontos a receber todos com palavras que tocavam sentidos e sentimentos.
Privilégio aprendermos que para ela entrar num carro, quem sempre abriria a porta era ele. Mesmo depois de 68 anos de convivência diária e incansavelmente compreensiva e carinhosa, isto se repetia, não um ato mecânico, mas deferência, respeito e delicadeza. A sabedoria revela-se na cumplicidade e parceria deles em longa existência, insistência, resistência que não os endureceu, mas lhes amaciou a voz das demandas, tornou-as acalantos. De certo, a sabedoria lhes veio de muitas fontes, em experiências e com as tantas vivências compartilhadas. Feita de laços, vínculos e a entrega que pareceram sempre sabedoria, requintes de uma existência plena de sinceridade e sem meias palavras, mas também calada e que sabia fazer calar diante do milagre da vida, justiça e alegria.
A sabedoria deles faz-nos compreender alianças, acordos, conversações, compromissos, continência, alimentos que nunca nos faltaram à mesa e nos protegem e ensinam. Sabedoria que é, portanto, Grande Amor.
Minha gratidão, meu respeito e amor, Alice Monteiro e Antonio Rodrigues
Amanhã ser
"A paixão passa em brancas nuvens", foi o que ele leu nas entrelinhas, olhos navegantes, em nuvens, no céu dos seus óculos.
Aprendeu tardiamente as figuras e as casas do zodíaco, horóscopo diário, previsões das meias paixões coloridas para os dias de chuva e sol. Viver era prevenir-se dos brinquedos e da jocosidade do acaso
Ele, o ardor, noitecia com pernas tibias mesmo sem jamais amadurecer, bailando o tango até o dia da sua morte.
24.3.13
Domingueira
10.2.13
Estilhaço
Achei um caco solto sobre o tapete da biblioteca.
27.12.12
Sofre por antecipação
*
Ninguém morre duas vezes!
Hora de respirar mais profundamente
E depois respirar e respirar de novo>
Sentir o ar entrar, preencher o vazio do peito.
Sentir o ar sair do corpo e ganhar o espaço.
E recomeçar uma e outra e mais outra vez.
Apenas respirar, sem nada pensar.
Apenas respirar.
Às vezes a vida parece muito complicada,
Às vezes viver é muito simples.
Mais calma nos momentos complexos para não apagar e a mente anular o que é o mais simples em ti mesmo.
Mais calma nos momentos simples para não apagar o que é complexo e a mente anular o que é o mais complexo em ti mesmo.
Ninguém morre duas vezes!
Mensagem ao amigo que hoje pensou ter passado pelo maior sofrimento na jornada dele, pensou que fosse além do que ele suportaria. Ele não morreu e também não matou em si as qualidades ou as possibilidades de solucionar os sofrimentos.
A mente engana-se.
A mente se espanta.
A mente esquece-se da inteligência.
A mente esquece-se da sabedoria do coração
A sabedoria surge no silêncio.
5.12.12
Epistemologia da realidade
Quando dizemos que o processo educacional tem o ponto de partida na realidade do estudante, considera-se o potencial de cognição, de aproximação, encontro deste sujeito com um conteúdo novo.
Seria tolo dizer que a realidade é algo diferente do que se percebe, sente e pensa o humano que interage com o mundo e com a sua inteligência e sensibilidade dele.
Realidade é neurocognição!
Lev Semenovitch Vygotsky
Paulo Freire sabia isto. Piaget sabia isto. Freinet e Froebel sabiam isto.
Nenhum pedagogo, poeta, escritor e pensador deveria esquecer isto.
17.11.12
circular
13.11.12
Ir indo
arquitetura da luz
Conseguirá harmonia quem mistura exageros de maravilha, celeste sem fim, tinta o dia fogo, dourado, violeta e carmim sob qualquer e todo azul débil, vário e profundo? Foi o que perguntei ao arquiteto da luz, diante do por do sol que ele trazia. Respondeu-me com olhos a sorrir de soslaio, com o silêncio de quem adormeceu.
Síncope
Voar
Eu nada entendi.
Eu nunca entendi.
Eu apenas chorei junto dele, sem saber se chorar ou saber, qual seria o melhor.
Ele olhou-me e secou as lágrimas.
Deve ele ter entendido coisas que eu nunca alcancei. Jamais alçarei os voos e estados do anjo. Eu não tenho as asas. Eu tenho apenas as minhas emoções.
31.10.12
pele
29.10.12
continente
Caligrafia
Passamanaria
Azul noturno
Azul. A cidade está azul. Enfeitada, enluarou-se para embriagar-se com os perfume noturnos das floradas de árvores inebriadas. Os próprios perfumes, as ruas vazias movem-se na noite a passos lentos.
As cácias vulgares, pouco sopradas pelo vento que delas se afasta. Almiscarados açúcares, o perfume do doce perfume, vertigem da satisfação em alcovas de putas antigas. Elas rondam a rua da Lapa. À subida da Paes Leme, o fôlego traga lufadas das doses inebriantes de saudades, desespero do olfato dominado pelos segredos da vida noturna das árvores.
A vida é insuportavelmente ruidosa na noite desta cidade vazia e embriagada de si.
2.10.12
Congresso ABRACE - Sessão aberta
Teor_espetaculo mailing list
Teor_espetaculo@listas.ufg.br
http://listas.ufg.br/mailman/listinfo/teor_espetaculo
Dia 11/10 - Quinta Feira
9h às 10h30 –
GTs Abertos
Teorias do Espetáculo e da Recepção
Performance e Teatralidades. As Narrativas do Drama
1 - Teorias em Performance
Mauro Rodrigues - UEL.
Rizoma: Fausto. Pesquisa artística, empreendida na forma de experimentos, realizada ao longo dos últimos 4 anos, que resulta em breves improvisações com uma marionete de balcão e temas diversos. Será apresentada uma cena de teatro de animação sobre uma mesa, com boneco antropomorfo articulado, confeccionado em espuma de borracha e madeira. Os procedimentos experimentados são os de animação com manipulação direta, na qual o movimento da marionete é impulsionado sem o auxílio de varas, varetas, fios, gatilhos ou outros suportes; toca-se diretamente o corpo da marionete. Acompanha música mecânica. Improvisação é dirigida a partir dos princípios da mimeses corpórea, do corpo biomecânico da marionete.
2 - O Telos da Educação:
Taís FERREIRA.
Universidade Federal de Pelotas.
"Corpo e imaginação nos anos iniciais: como instigar professoras pedagogas?"
Universidade Federal de Pelotas. UFPel; docente nos cursos de Teatro e Dança. CAPES/PIBID;
coordenadora de gestão de processos educacionais.
3 - As práticas da Teoria: Experiências da Arte contra a Barbárie.
Alexandre Mate
Apontamentos acerca do teatro de grupo na cidade de São Paulo: uma força de combate. São Paulo: Instiituto de Artes - Unesp. Professor Doutor Assistente (Departamento de Artes Cênicas, Educação e Fundamentos da Comunicação).
Na década de 1990, diversos grupos de teatro mobilizados politicamente criam o movimento Arte Contra a Barbárie, cujo escopo de luta contra o mercado reificante faz surgir um programa municipal de fomento transformador do fazer teatral na cidade paulistana.